Noronha é considerada patrimônio natural do Brasil. Os visitantes do arquipélago tem a possibilidade de observar e ficar muito perto de golfinhos, tartarugas marinhas, peixes e aves marinhas, em meio à uma paissagem exuberante. É um passeio para quem ama o oceano e a natureza e se sente à vontade em interagir com a fauna local. Hoje, a infra-estrutura da ilha está muito mais desenvolvida – com hotéis, pousadas e restaurantes charmosos – mas o grande luxo e atração desta viagem é o contato com a natureza.
Além disso, a visita é uma ótima oportunidade para despertar a consciência ambiental de adultos e crianças. A área de preservação ambiental tem normas rígidas, com o objetivo de preservar o frágil equilíbrio do ecossistema da ilha. Desta forma, desde os funcionários das pousadas, guias credenciados, fiscais do Ibama até os moradores da ilha são preparados para fornecer aos turistas explicações sobre a fauna e flora local e os cuidados a serem tomados para preservá-la. Você vai sentir parte de um documentário do Discovery Channel. Sem exageros!
Mas, é bom preparar as crianças para este contato íntimo com a natureza, para que elas não se assustem o tempo todo que um animal chegar perto. Oriente as crianças para observar mas sem tocar nos animais, por uma questão de segurança de ambos. Isto vale para as trilhas e também para os mergulhos. Uma moréia não vai fazer nada se ninguém resolver cutucá-la na sua toca.
Você já foi apresentado a uma Mabuia? Trata-se de um é um réptil simpático, curioso e aparentemente sempre faminto, endêmico da ilha. Elas estão por toda a parte, em busca de comida, portanto mantenha suas bolsas e mochilas sempre fechadas para não ter surpresas. E o Teju? Este lagarto foi trazido para a ilha pelos militares e causou um grande desequilíbrio ecológico (hoje as aves só colocam ovos nas ilhas secundárias para evitar o réptil), provavelmente vocês vão avistá-lo em alguma trilha.
Palestras no Tamar – Para obter informações sobre a fauna e flora da ilha não deixe de assistir as palestras que acontecem no Centro de Visitantes do Projeto Tamar todos os dias a partir das 20h. Lá as crianças poderão entender melhor não só sobre as tartarugas, mas também conhecer os detalhes sobre os golfinhos que freqüentam a ilha, a história da ilha, etc. O local é um ponto de encontro todas as noites e lá você também poderá agendar passeios com os guias credenciados que levam os turistas pelas trilhas que só podem ser feitas com acompanhantes.
Praia do Atalaia – Quem não gostaria de mergulhar num aquário natural com menos de um metro de profundidade? A Praia do Atalaia é uma das principais atrações da ilha. O acesso á praia é controlado. Somente seis grupos de até 20 pessoas por dia podem visitar o local de acordo com o horário da maré. O agendamento é feito pelas operadoras de turismo ou com a ajuda da recepcionista da sua pousada. Marque este passeio logo que você chegar na ilha, para não ter a decepção de tentar muito em cima da hora e não conseguir vaga.
Dois fiscais organizam a descida dos grupos a partir do início da trilha, na Vila do Trinta. Todos os grupos são conduzidos por um guia – e cada um acompanha, no máximo, seis pessoas. O nosso guia, Chico Bala foi ótimo. Fotógrafo com equipamento subaquático profissional, ele tirou fotos ótimas do nosso grupo enquanto mergulhávamos.
No ponto de encontro da trilha tem um quiosque onde você pode alugar equipamento de mergulho e comprar câmeras subaquáticas descartáveis. Compre! Pois em poucos lugares você vai ter a oportunidade de fazer fotos tão incríveis debaixo d’água. Alugue coletes salva-vidas para as crianças. Mesmo que elas saibam nadar bem, eles são indicados para auxiliá-las na flutuação. Durante o mergulho, os fiscais orientam para que ninguém pise no chão para não danificar os corais.
São duas opções de passeios: a trilha curta tem 1.800 metros de caminhada (ida e volta). Indicada para crianças, a trilha é bem tranqüila. Na caminhada longa, percorrem-se 3.800 metros, de quatro a cinco horas, acrescentando ao trajeto da trilha curta paradas na Piscina da Pontinha e na Praia Caieira. O passeio é maravilhoso. Fiz sem a minha filha na outra vez que estive na ilha. È indicado para crianças maiores e esportivas e, lembre-se de usar aqueles sapatos ou sandálias que falei no outro post, pois em muitos momentos vocês vão andar sobre pedras.
Chegando na praia do Atalaia, você vai mergulhar em uma piscina natural que na verdade funciona como um berçário para os peixes e espécies da região. São três tipos de corais 27 espécies ornamentais de peixes, quatro de esponjas, quatro de moréias, e filhotes de tubarão-limão. Sim, filhotes de tubarões são comuns no local e não há problema algum. Mergulhe! Nunca houve acidentes no local. Apenas olhe, observe, fotografe e aponte, mas não toque em nada. Não só para não danificar os corais, mas também para garantir sua segurança. É mágico!
OBS: as fotos são todas do nosso passeio ! Inclusive a do Tubarão. Estes somos nós debaixo d’água.
Passeio de barco ( 90% de chance de avistar golfinhos!) – Nós viemos aqui para conversar ou para ver golfinhos? Desde criança que eu sonho com o meu Flipper, portanto quando vou a Noronha minha meta é clara!
Saiba desde já que a espécie que freqüenta a ilha é o golfinho rotador. Espécie de hábitos noturnos, eles chegam às centenas todos os dias bem cedo para descansar na baía dos golfinhos ( ao lado da baia do Sancho), que também é utilizada para as mães cuidarem dos filhotes e para a reprodução. O fenômeno é raro, só acontece em outra baía semelhante no Havai, por isso o local é interditado para mergulho e vistas de barcos de turistas.
Os golfinhos que são vistos seguindo os barcos de turistas ao redor da ilha são machos que tem a função de desviar os barcos da entrada da baia. O serviço é feito direitinho e os turistas ficam encantados. Os barcos com os turistas saem do Porto Santo Antônio, e percorrem o Mar de Dentro até a extremidade da ilha – Ponta da Sapata. Na volta há uma parada na Baía do Sancho, quando vocês poderão praticar um pouco de snorkel. Durante mais ou menos três horas, você vai ter uma visão privilegiada da ilha e passar por locais onde só é possível visualizar de barco, como o mapa do Brasil que é formado em uma fenda na rocha na ponta da sapata e a caverna que faz um barulho semelhante a um rugido de leão toda vez que o mar entra na fenda.
O ponto alto acontece quando os golfinhos passam a seguir o barco. As chances de isso acontecer são imensas. Não conheço ninguém que fez o passeio e não avistou golfinhos. Caso isso venha acontecer justamente com você, simplesmente repita o passeio, pois no outro dia eles vão aparecer. Embora a vontade seja de gritar, contenha-se. Se vocês conseguirem observar o espetáculo em silêncio maiores serão as chances deles ficarem por perto. Nos primórdios do turismo na ilha, era possível cair no mar para nadar entre eles, mas isto é terminantemente proibido hoje me dia. Quem for avistado mergulhando no mar é multado. Existem fiscais em diversos pontos da ilha com binóculos que se encarregarão de dar o flagrante. Uma dica: converse com o seu pediatra sobre remedios de enjoo que podem ser utilizados para passeios de barco. Até mesmo os adultos menos acostumados podem precisar.
Museu dos Tubarões – Perto do Porto você deve visitar este museu, onde as crianças e adultos podem aprender mais sobre os diferentes tipos de tubarão em painéis ilustrados e admirar várias mandíbulas e esqueletos que dão uma boa idéia do tamanho dos animais. Não deixe de provar o bolinho de tubalhau, com gosto semelhante ao de bacalhau, feito com a carne do peixe salgada. No jardim atrás do museu, esculturas divertidas que remetem ao trono de netuno, rabos de baleias e arcadas de tubarões rendem boas fotos. Além disso, o local funciona como mirante para observar o famoso Buraco da Raquel, uma rocha com uma fenda onde, como conta a lenda, se escondia uma filha de um militar durante crises depressivas.
Na parte de trás do museu fica a Capelinha de São Pedro e as ruínas do Forte de Santo Antônio, ali, durante a maré baixa é possível avistar tubarões em uma enseada localizada atrás da capela. Vale a pena ir lá cedo para ver os animais, mesmo que de longe.
Forte dos Remédios – Um bom local para se visitar a tarde. O forte está em ruínas, mas algumas torres e canhões estão preservados. Hoje em dia, este também é um lugar de observação para os biólogos do projeto do golfinho rotador, que geralmente estão disponíveis para dar informação aos visitantes sobre os golfinhos. A vista, como sempre é deslumbrante. Atenção! Alta concentração de mabuias.
Forte (Mirante) do Boldró – este é um ponto de encontro clássico para admirar o por do sol. O local tem um bar com musica ao vivo, mesas e tendas para atender os visitantes. A vista é aquela clássica de Noronha, com o morro do pico à direita e os dois irmãos à esquerda. Em determinadas épocas do ano, é possível ver o sol se por entre os dois morros. Mas a foto e visual que todo turista quer é o do sol se pondo diretamente no mar. É possível, mas o mais comum é que na hora H apareça uma nuvem ou uma ligeira névoa e o sol se ponha atrás das nuvens. Os locais brincam dizendo que o fenômeno se chama Eclipse Nuvial.
Trilha dos Golfinhos – esta trilha não precisa de guia. O local é bem sinalizado e, ao longo do caminho, existem placas explicativas sobre a flora e a fauna da região. Ao final, no mirante da Baía dos Golfinhos, você vai encontrar os biólogos do projeto do golfinho rotador, que podem dar explicações sobre o trabalho que eles desenvolvem na ilha. Eles também emprestam binóculos para observar os grupos chegando na área protegida. Mas, uma ressalva, os golfinhos entram na baia bem cedo, por volta das 5 da manhã. Se você chegar lá durante o dia você vai observá-los, mas bem de longe, pois o posto de observação é alto. A imagem pode ser bem abstrata para as crianças. Sinceramente, coloquei isso na balança e não levei a minha filha lá nesta vez.
Por outro lado, vale apena fazer a trilha na outra direção para avistar a Baía do Sancho e a Baía dos Porcos do alto. É aquela foto clássica que todo mundo tem quando vai visitar a ilha. O visual é de tirar o fôlego e a trilha é bem tranquila para ir com crianças. Leve água, chapéu e aproveite. No final da trilha há as ruínas do Forte São João Batista construído em 1737, com uma gameleira ( árvore típica da ilha) que tem uma sombra incrível. Um bom local para um pequeno lanche, mas não esqueça de recolher todo o seu lixo.
Cavalgadas – Existe algumas opções para passeios a cavalo em Noronha. Se os seus filhos estão habituados a cavalgar, esta pode ser uma maneira bem interessante de conhecer a ilha. Conheço dois passeios que são oferecidos: pelas praias (percorrendo as praias do mar de dentro – Boldró, Bode e Cacimba do Padre) e Capim- Açu ( esta é especial, mas bem difícil. O percurso pode ser também feito a pé, mas é indicado para quem está acostumado com trilhas longas, além de terrenos acidentado). Se você pretende fazer este tipo de passeio, lembre-se de colocar roupas adequadas na bagagem. Informe-se na pousada sobre guias e preços.
Mergulho de snorkel com guia – Eu e minha família temos o hábito de mergulharcom snorkel e já tínhamos visitado a ilha outras vezes. Mas peguei esta dica com uma amiga que contratou um guia para levá-la aos melhores pontos de mergulho com snorkel. Pode ser uma boa opção para quem está praticando o esporte pela primeira vez. Ela indica o Emerson Nilson. Tel.:+55 81 9656-8142. O email dele é emerson3.2@hotmail.com.
Aquasub ou Planasub – esporte inventado na ilha, em 1997. Também conhecido como “mergulho a reboque”, é feito com o uso de máscara, snorkel e prancha de acrílico. O turista é rebocado por barco ou lancha sobre áreas de concentração de vida marinha e naufrágios. É muito legal. Eu fiz nas outras vezes que estive na ilha, mas confesso que fiquei insegura em fazer com a Clarice. Embora ela seja bastante esportiva, fiquei com medo de ela não ter força/firmeza suficiente nos braços para ser puxada por uma lancha.
Mergulho com cilindro (batismo)- existe muita controversia sobre qual é a idade recomendada para uma criança fazer mergulho com cilindro. Conversei com o pediatra da minha filha, que não fez nenhuma restrição ( ela estava com 9 anos). O problema é que minha filha teve uma sinusite duas semanas antes da viagem ( até levei antibiótico para a ilha). Assim, abrimos mão do mergulho com clindro, que ficará para uma próxima oportunidade. Mas, já fiz o batismo lá em Noronha e foi sensacional. No batismo, o instrutor vai ao seu lado o tempo todo e controla os equipamento. Você só tem que aproveitar a experiência. Fui com a operadora Noronha Divers . Na ocasião tinham duas familias no barco e as crianças mergulharam sem problemas. São grandes as chances de ver tubarões.